Así podríamos definir este espectáculo viajero contado y cantado por la extremeña Mili Vizcaíno y el lisboeta Cláudio Alves y por las manos expertas y sensibles de Enrique Tejado (contrabajo) y Juanma Barroso (batería) acompañados por la magistral Orquesta de Extremadura.
Es un repertorio chispoleto que se mece entre canciones de cosecha propia y melodías representativas de la cultura popular portuguesa y brasileña.
La adaptación del repertorio al formato sinfónico corre por cuenta del compositor y arreglista extremeño Enrique Tejado y la magia por cuenta del público, en esta celebración de un universo lusófono que va desde las raíces étnicas a las tendencias urbanas de Portugal, África y Brasil.
Sem Fantasia
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia,
Que da noite pro día
Você não vai crescer.
Vem, por favor, não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos.
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços,
Pelo amor de deus!
Vem, que eu te quero fraco
Vem, que eu te quero tolo
Vem, que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar,
Não vou me arrepender,
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar.
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei,
Das noites que varei,
Do escuro a te buscar.
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei,
Nas discussões com deus
E agora que cheguei,
Eu quero a recompensa,
Eu quero a vida imensa
Dos carinhos teus
Águas de Março
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o Matita-Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração Pau, edra, im, inho, esto, oco, ouco, inho, aco, idro, ida, oh, oite, orte, Asso, zol ,São as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração
Altinho
Quero ir para um altinho
Que eu daqui não vejo bem
Quero ir ver do meu amor
Se ela adora mais alguém
Se ela adora mais alguém
Ou se ela me ama a mim sozinho
Que eu daqui não vejo bem
Quero ir para um altinho
A alegria de uma mãe
É uma filha solteira
Casa a filha, vai-se embora
Vai-se a rosa da roseira
Vejam Bem
Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem se põe a pensar
Quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar
E se houver
Uma praça de gente madura
E uma estátua
E uma estátua de febre a arder
Anda alguém
Pela noite de breu à procura
E não há quem lhe queira valer
E não há quem lhe queira valer
Vejam bem
Daquele homem a fraca figura
Desbravando os caminhos do pão
Desbravando os caminhos do pão
E se houver
Uma praça de gente madura
Ninguém vem levantá-lo do chão
Ninguém vem levantá-lo do chão
Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem
Quando um homem se põe a pensar Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar
Grândola Vila Morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Um Homem na Cidade
Agarro a madrugada
Como se fosse uma criança
Uma roseira entrelaçada
Uma videira de esperança
Tal qual o corpo da cidade
Que manhã cedo ensaia a dança
De quem por força da vontade
De trabalhar nunca se cansa
Vou pela rua dessa lua
Que no meu Tejo acende o cio
Vou por Lisboa, maré nua
Que desagua no Rossio
Eu sou o homem na cidade
Que manhã cedo acorda e canta
E por amar a liberdade
Com a cidade se levanta
Vou pela estrada deslumbrada
Da lua cheia de Lisboa
Até que a lua apaixonada
Cresça na vela da canoa
Sou a gaivota que derrota
Todo o mau tempo no mar alto
Eu sou o homem que transporta
A maré povo em sobressalto
E quando agarro a madrugada
Colho a manhã como uma flor
À beira mágoa desfolhada
Um malmequer azul na cor
O malmequer da liberdade
Que bem me quer como ninguém
O malmequer desta cidade
Que me quer bem, que me quer bem
Nas minhas mãos, a madrugada
Abriu a flor de Abril também
A flor sem medo, perfumada
Com o aroma que o mar tem;
Flor de Lisboa tão amada
Que mal me quis, que me quer bem
Vaga no Azul Amplo Solta
Vaga no azul amplo solta
Vai uma nuvem errando
O meu passado não volta
Não é o que estou chorando
Lo que lloro es diferente
Está en el centro del alma
Mientras en cielo silente
La nube se mece en calma
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece
Pero al fin lo que es llanto
En esta triste amargura
Vive en el cielo más alto
En la nostalgia más pura
No sé lo que es ni consiento
Al alma saberlo bien
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem Visto el dolor con que miento
Dolor que en mi alma es ser
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem
De Tacones y Vielas
“O teu acento não dá para o fado”
Dicen las malas lenguas cuando canto
En Alfama, Mouraria o Bairro Alto
Todos me piden: “canta un fandango”
Pero mi corazón nació pal fado
Por mucho que sea crimen o pecado
Por eso recogí todos mis trastos
Y gasté lo que tenía en este piso alquilado
Lisboa, ¿por qué me niegas tu encanto?
Entre alegrías y espanto
Perdida en las vielas
Sólo me queda llorar
Lisboa, ¿por qué me niegas tu encanto?
Entre alegrías y espanto
Perdida en las vielas
Sólo me queda llorar
Porque este acento no da para el fado
Corrí siete colinas sin descanso
Busqué “Lisboa Antiga” en el Chiado
Y todos insisten “canta un fandango” Ya voy con los tacones sin cuidado
Y ando pensando siempre en el pasado
Por eso ya conozco la saudade
Por favor, hagan silencio
Que voy a cantar el fado
Navio Negreiro
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Vem gente de Cabinda, Benguela e Luanda
Eles vinham acorrentados pra trabalhar nessas bandas
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Acorrentados no porão do navío
Muitos morreram de banzo e de frio
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Vem negro da Nigéria, também vem negro do Congo
Eles vinham num navio pra chegar aqui no Valongo
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Vem negro do Benin, vem negro do Senegal
Eles vinham escravizados até a Pedra do Sal
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Tinha negro do Cunene e negro do Bié
Pra trabalhar no canavial e na colheita do café
Que navio é esse que chegou agora
É o navio negreiro com os escravos de Angola
Vem do Congo, de Angola e Guinée
Trouxe a Macumba, a Capoeira e o Candomblé É Maculelé a dança do pau
o jogo Capoeira que comanda Berimbau
olelé olelé olelé lalá
Okola
Okola, okola, okola
Kylu lyoci le yuka ulamba
Ye velela okuya ka ngana
É siva y wé
É siva y wé
Sodade
Quem mostra’bo ess caminho longe?
Quem mostra’bo ess caminho longe?
Ess caminho pa São Tomé
Sodade, Sodade, Sodade
Dess nha terra, São Nicolau
Si bô ‘screvê me M’ ta ‘screvê
Si bô squecê me M’ ta ‘squecê
Até dia qui bo voltà Sodade, Sodade, Sodade
Dess nha terra, São Nicolau
Menino das Laranjas
Menino que vai pra feira
Vender sua laranja até se acabar
Filho de mãe solteira
Cuja ignorância tem que sustentar
De madrugada, vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe arranja um outro pra laranja
Esse filho vai te que apanhar
Compra laranja, menino e vai pra feira!
De madrugada, vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe arranja um outro pra laranja
Esse filho vai ter que apanhar
Compra laranja, laranja, laranja doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Lá no morro a gente
Acorda cedo e é só trabalhar
Comida é pouca e muita roupa
Que a cidade manda pra lavar
De madrugada ele menino
Acorda cedo tentando encontrar
Um poco pra poder viver
Até crescer e a vida melhorar
Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Compra laranja, laranja, laranja doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Lá no morro a gente
Acorda cedo e é só trabalhar
Comida é pouca e muita roupa
Que a cidade manda pra lavar
De madrugada ele menino
Acorda cedo tentando encontrar
Um poco pra poder viver
Até crescer e a vida melhorar Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro sinhô
Vou Deitar e Rolar
Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar
Também, quem mandou se levantar?
Quem levantou pra sair perde o lugar
E agora, cadê teu novo amor?
Cadê, que ele nunca funcionou?
Cadê que ele nada resolveu?
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Ainda sou mais eu
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar
E agora cadê, cadê você? Cadê que eu não vejo mais, cadê?
Pois é! Quem te viu e quem te vê!
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Todo mundo se admira
Da mancada que a Terezinha deu
Que deu no pira
E ficou sem nada ter de seu
Ela não quis levar fé
Na virada da maré, breque!
Mas que malandro sou eu
Pra ficar dando colher de chá
Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar!
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar
E agora cadê, cadê você? Cadê que eu não vejo mais, cadê?
Pois é! Quem te viu e quem te vê!
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
O vento que venta aqui é o mesmo que venta lá
Que volta pro mandingueiro a mandinga de quem mandingar Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu? Quaquaraquaquá, fui eu
Mas que Nada
Oariá raiô Obá obá obá
Oariá raiô Obá obá obá
Mas que nada
Sai da minha frente eu quero passar
Pois o samba está animado
O que eu quero é sambar
Este samba que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mas que nada
Um samba como esse tão legal
Você não vai querer
Que eu chegue no final
Oariá raiô Obá obá obá
Oariá raiô Obá obá obá
Rubén Díez, director
Está en posesión de las titulaciones de profesor de piano, solfeo, improvisación y acompañamiento, armonía, contrapunto y fuga, dirección de coro y dirección de orquesta por el Real Conservatorio Superior de Música de Madrid.
Durante casi veinte años ha desarrolló labores de dirección en varios coros de temporadas líricas en distintos teatros españoles, habiendo preparado como maestro de coro los títulos más importantes de ópera y zarzuela.
Como compositor abarca prácticamente todos los géneros musicales, desde música coral a la sinfónica, camerística, lírica o cinematográfica, destacando por lo que a formato se refiere, su zarzuela La Carrera de América, con libreto del reconocido historiador Juan Carlos de La Madrid.
Como director posee un amplio conocimiento de la música sinfónica y operística que le ha llevado a actuar en multitud de teatros (Campoamor, Cervantes, Maestranza, Auditorio de Tenerife, etc.) y festivales (Festival de Teatro Lírico Español de Oviedo, Starlite o Viña del
Mar).
Ha dirigido, entre otras a la Orquesta de Radio Televisión Española, la Orquesta Sinfónica de Málaga, Orquesta Sinfónica del Vallés, Orquesta Sinfónica de Castilla y León, Orquesta Sinfónica de Sevilla, Orquesta Sinfónica de Bilbao, Orquesta Sinfónica de Córdoba, Orquesta Nacional de Colombia, Orquesta Filarmónica de Chile y un largo etc. en lugares como el Teatro Real, Teatro del Liceu, el Auditorio Nacional de México o el Carnegie Hall en Nueva York. Es «Premio del Público» en el V Concurso de dirección de orquesta de Córdoba.
Recientemente ha efectuado su debut en el Teatro de la Zarzuela colaborando en el Proyecto Zarza.
Dentro del género cinematográfico ha participado como pianista en cintas como La Cumbre Escarlata de Guillermo del Toro o Un Monstruo viene a verme de J. Bayona (ganadora de un Goya a la mejor BSO). Ha sido el director de las exitosas gira internacional Raphael Sinphonico y Raphael Resinphonico.
Ha realizado conciertos en Europa, Asia, África y América como director y pianista. Sus obras corales se interpretan con asiduidad por coros de toda Europa e América.